Ok, por onde começar? Já sei! Imagine a seguinte cena: vc acorda, ou melhor, é acordada por uma criança de 8 anos de férias, cansada de dormir das 23h às 8h, até aí td certo...quase q instantaneamente o bebê de pouco mais de um ano tb acorda, pela 4a ou 5a vez, sim vc está um caco! Eles acordam com as baterias totalmente recarregadas e vc tem a sensação q dormiu dentro de um liquidificador, mas tem q acordar e mal dá tempo de lavar o rosto, escovar os dentes, fazer xixi, trocar de roupa e aquele tantinho de coisas q fazem parte das necessidades básicas de todo ser humano...tomar um desjejum sentada à mesa com paz e tranquilidade? Ahn? O q é paz e tranquilidade mesmo? Alias o que é limpeza e organização também? Acordei, já tenho uma infinidade de afazeres domésticos, serão os mesmos daqui a algumas horas e nos próximos dias e anos, ser "do lar" sucks!
É uma cena bem características para quem tem filhos...mas desesperadora para quem tem TOC! A sala da minha casa parece vitimada por um tornado interno localizado, brinquedos, almofadas, cadeiras, potes, objetos pessoais de adultos...onde está meu celular? De repente aquele impulso incontrolável de (antes de dar uma boa passada de aspirador de pó) sair guardando tudo em caixas organizadoras transparentes, separando por cor, brinquedos de pecinhas, contar uma a uma, oh não!!!! Estão faltando peças...odeio brinquedos com peças...escondo quebra-cabeças das minhas crianças (quando minha mais velha já tinha condições de brincar sozinha sem perder nada lhe presenteei com um irmão, vamos esconder até...). O joguinho de cozinha está incompleto, já olhei em todo lugar, já joguei no chão de raiva, como detesto ser tão metódica, opa! Me ajeito, respiro e disfarço: tem criança olhando. Passo o dia buscando estratégias para me controlar, a melhor delas é a do segmento: "o que os olhos não vêem o coração não sente", então passei a evitar locais potencialmente passíveis de causar um abalo sísmico, quando inevitáveis busco a linha do horizonte, evito ao máximo olhar para o chão!
Se nem minha mãe entende direito o que eu sinto (embora ela tenha percebido algo de errado e me encaminhado à terapia na adolescência), imagino o quanto é difícil para a maioria das pessoas compreender. Disse à ela para imaginar uma pessoa que tenha fobia à aranhas (que a propósito também tenho pavor) quando dá de cara com uma tarântula imensa = minha reação ao me deparar com uma imensa bagunça, com objetos sujos, rabiscos de caneta em boneca e bonecas de cabelos embaraçados, despidas, cujos membros foram arrandados, uiiii, q calafrio!!!
Enfim, sinto q já escrevi o bastante por hoje (e perdi as contas do quanto fui interrompida também, mas me senti vitoriosa por finalmente terminar algo que comecei no mesmo dia!). Até o próximo devaneio, onde pretendo abordar o quanto "abomino" propagandas de sabão em pó! Kkkkkkk